quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sem pé nem cabeça

Nossa, que rapaz mais bonito! uuuu, está se aproximando...vou ficar indiferente.
- Moça, passa a bolsa, é um assalto!
- Ah, mas isso é catastrófico! (não vou deixar esse escapar!).
- Acontece dona, passa logo a bolsa!
- Não é simplesmente o assalto, é que... Bem, como vou explicar isso para os nossos filhos?
-Como?!
- É, como explicarei? Não seria muito bom contar-lhes que o conheci quando você me assaltou, já pensou se um dia o caçula perguntar "papai quando conheceu a mamãe?" e você terá de contar que aconteceu naquela maravilhosa tarde em que levou a minha bolsa.
-Mas, moça nós não temos filhos.
-Ainda! mas é comum no decorrer de um relacionamento pensar em ter bebês, não é mesmo?
- É sim, mas...
- E, além disso que ideia mais boba foi essa de me conhecer dessa forma?
-Eu só quero a sua bolsa!
-Não precisa arranjar desculpas, sei que queria mesmo era chamar minha atenção... Mas conseguiria mais facilmente se pedisse meu número, eu daria, juro, não precisaria vasculhar minha bolsa. Por que não me chama para tomar um café?
- Você...
- Oh! espere, não tomo café...Que tal um suco?
- Moça, eu não tenho dinheiro!!! Estava te assaltando, esqueceu?
-Ah! então depois de achar meu número, pegaria o meu dinheiro para me oferecer um suco?
-Hãn?
-Nossa! você deve mesmo querer sair comigo! venha estranho, vamos tomar um suco, eu pago.

(...)

-E foi assim que meus pais se conheceram professora.
-Como?!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

luneta


Seus olhos procuravam os porquês e os amanhãs. Era o que faziam de fato os de Antonie ou os de Clarisse, os dos que viam mais do que estrelas num pavimento reluzente, mais num pão que um alimento,mais num chá que um calmante, mas acima de tudo aqueles que amavam a luz e todas suas proezas. É claro, porque as verdadeiras estrelas explodem, os pãos carregam a poesia das mãos e os chás produzem os mais belos efeitos esfumaçantes, todos somem, é verdade, mas enquanto vivos nos envivecem, ah, e a luz! A luz deve ser a coisa mais bela já feita, aproveitada e capturada. Sétima arte, fotografia, as diferentes cores em horarios distintos, o gran final do mágico de Oz! Seriam tristes os olhos de Amélia sem o arrebol escarlate, e Anita não sorriria aquele dia tão intesamente não fosse pela incandescente noite pingada. Seus olhos encontravam os porquês para os amanhãs naquelas coisas ordinárias.

marrieice

O doce cheiro que o vento trazia naquela tarde fazia marrie lembrar sua infância nos galhos com poucas folhas de seu quintal ... tudo bem, é verdade que ainda tinha 12 anos, mas sabia que 20 anos mais tarde lembraria dos tempos daquele cheiro. Marrie acreditava que cada tempo tinha um cheiro, sabe?! Mas não sabia explicar que tipo de cheiro, afinal talco lembra bebê e a vovó também, mas sentindo dá para saber de quem vem, entende? coisas de marrie, pensava.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

mundo de tolos

Mas que coisa, não?! Pensava que o outro dia era cedo demais, deixei para o dia seguinte, então acordei um ano depois sem lembrar o que queria fazer (...) mas que bobagem (risos) - dito isso surgiu a dúvida:
-Será que fiz isso todos os dias, como fiz hoje com a minha vontade de pintar a janela? E se minha vida toda foi trilhada por esquecimentos marcantes? E se tivesse feito um desses esquecidos desejos...se tivesse feito algo ( não lembro bem o que fosse) teria uma piscina que nem o morador da casa 20? ele deve ter feito aquilo... espere! será que roubou minha ideia??? É sim! devo ter comentado no churrasco a um ou dois anos passados! quisera eu lembrar o que disse que queria fazer... aí teria uma piscina daqui a um ou dois anos...-indgnação-
Devo ser o gênio no meu mundo de lembranças, se isso existir devo ser o morador mais brilhante - com a melhor piscina!- é sim, nossa! mas aqui nessa vidinha que exige as sinopses apagadas pelos tragos de alcool e nicotina que acompanham meu salario, quem vai se lembrar de pintar uma janela passadas duas semanas...poderia pensar em pintar...- a injustiça pede um gole da cerveja perto do rádio- ai ai, o mundo gira tão devegar até que um dia acordamos com cabelos brancos - ou sem cabelos...oh!