quarta-feira, 29 de julho de 2009

luneta


Seus olhos procuravam os porquês e os amanhãs. Era o que faziam de fato os de Antonie ou os de Clarisse, os dos que viam mais do que estrelas num pavimento reluzente, mais num pão que um alimento,mais num chá que um calmante, mas acima de tudo aqueles que amavam a luz e todas suas proezas. É claro, porque as verdadeiras estrelas explodem, os pãos carregam a poesia das mãos e os chás produzem os mais belos efeitos esfumaçantes, todos somem, é verdade, mas enquanto vivos nos envivecem, ah, e a luz! A luz deve ser a coisa mais bela já feita, aproveitada e capturada. Sétima arte, fotografia, as diferentes cores em horarios distintos, o gran final do mágico de Oz! Seriam tristes os olhos de Amélia sem o arrebol escarlate, e Anita não sorriria aquele dia tão intesamente não fosse pela incandescente noite pingada. Seus olhos encontravam os porquês para os amanhãs naquelas coisas ordinárias.

2 comentários:

insonia-cronica disse...

Incrivel é a capacidade de captar a luz e corta-la da forma que convem, angulçao.
Incrivel capacidade de mexer com tons originais, iludindo os olhos alheios, sensibilidade.
Incrivel a nossa capacidade de transpor personalidade à realidade, fazendo um retrato intimista de coisas banais tornando-as extraordinarias, Arte.

Valquíria L disse...

Lindo!